TSMC pode ser multada em US$ 1 bilhão ou mais por chips que foram usados pela Huawei

A TSMC estaria sendo investigada pelas autoridades de exportação dos EUA em um processo que pode resultar numa multa de US$ 1 bilhão ou mais para a gigante dos semicondutores. As informações ainda não são oficiais, mas a companhia é acusada de não tomar as devidas precauções para evitar que seus chips fossem usados pela Huawei.

A investigação do Departamento de Comércio dos EUA foca em um contrato da TSMC com outra empresa chinesa, a Sophgo. De acordo com fontes da Reuters, apesar da encomenda vir da Sophgo, os chips feitos pela taiwanesa foram encontrados nos aceleradores Ascend 910B, que a Huawei faz para processamento de IA.

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Enquanto não há declarações oficiais do governo ainda, Lennart Heim, pesquisador focado no desenvolvimento de IA da China, confirma que a TSMC enviou ao menos três milhões de chips para a Sophgo, e que existe a possibilidade que eles foram então revertidos para a Huawei.

Heim acrescenta ainda que, com base no design do chip, visivelmente voltado para IA, a TSMC não deveria ter se arriscado em vender para uma empresa baseada na China como a Sophgo.

Por que os EUA poderiam multar a TSMC?

O que chama a atenção neste caso é que a TSMC é uma empresa taiwanesa, vendendo produtos para a Sophgo, da China. Então qual seria a autoridade dos EUA para multar a fabricante de semicondutores?

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Acontece que os Estados Unidos contam com leis para controlar produtos que usam suas tecnologias, mesmo no comércio no exterior. Como o equipamento da TSMC usa certas tecnologias dos EUA, o governo pode restringir a exportação para certos países, ou empresas.

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A questão que fica é se as autoridades realmente vão aplicar uma multa de US$ 1 bilhão ou até maior contra a TSMC. As tarifas generalizadas que a administração Trump tem imposto contra diferentes países – incluindo Taiwan – têm causado impactos expressivos na economia mundial e atritos geopolíticos. Ir atrás de uma multa bilionária contra a maior companhia taiwanesa pode dificultar as negociações tarifárias que o país estaria atualmente discutindo com os EUA.