Categoria: semicondutores

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  • Cientistas desenvolvem nova solução para limpeza de químicos usados em chips

    Cientistas desenvolvem nova solução para limpeza de químicos usados em chips

    Um avanço promissor pode transformar a forma como a indústria lida com os resíduos tóxicos gerados na produção de chips. Pesquisadores da Monash University, na Austrália, anunciaram o desenvolvimento de uma tecnologia de limpeza que remove mais de 90% dos chamados “químicos eternos” presentes nos processos de fabricação de chips, marcando um grande passo rumo a um setor mais sustentável.

    A inovação busca resolver um problema antigo na fabricação de chips: a presença de PFAS, substâncias perfluoroalquiladas que, por serem altamente persistentes, se acumulam no meio ambiente e oferecem riscos à saúde. Agora, com a nova membrana de grafeno desenvolvida pelo time da Monash, o processo de limpeza desses resíduos tóxicos pode se tornar muito mais eficiente.

    Leia mais:

    Químicos eternos: ameaça invisível

    Os PFAS são compostos químicos utilizados em diversas etapas da fabricação de semicondutores. Eles ganharam o apelido de “químicos eternos” por causa de sua alta resistência à degradação. Capazes de se dissolver facilmente em água, essas substâncias contaminam lençóis freáticos e permanecem no ambiente por décadas, dificultando a limpeza.

    Unsplash

    Além dos riscos ambientais, os PFAS também podem ser perigosos para a saúde humana. Estudos mostram que certos tipos podem ser tóxicos quando inalados ou ingeridos e tendem a permanecer no organismo por longos períodos.

    A inovação com grafeno

    Liderada pelo doutorando Eubert Mahofa, a equipe da Monash University desenvolveu uma membrana modificada de grafeno capaz de reter seletivamente as moléculas de PFAS, permitindo ao mesmo tempo o livre fluxo de água. O desempenho supera os métodos tradicionais baseados em poliamida, que removem apenas cerca de 35% dessas substâncias.

    “Os PFAS são difíceis de conter porque se espalham rapidamente pela água. Nossa tecnologia resolve isso ao capturar e concentrar essas moléculas, mantendo o fluxo eficiente de água”, explicou Mahofa.

    Essa nova abordagem permite a filtragem em diferentes temperaturas e captura até mesmo as menores cadeias moleculares de PFAS, que geralmente escapam pelas barreiras convencionais.

    Impacto industrial e ambiental

    Apesar das vantagens ambientais, a indústria de chips tem historicamente resistido a iniciativas que limitem o uso de PFAS, chegando a formar grupos de lobby para manter a liberação desses compostos. A tecnologia proposta, no entanto, pode mudar esse cenário ao oferecer uma alternativa viável para conter a contaminação sem comprometer os processos de produção.

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    O professor Mainak Majumder, do Conselho de Pesquisa Australiano, destacou o potencial da descoberta: “Este avanço pode revolucionar a gestão da contaminação por PFAS em escala global, desde o tratamento de chorume de aterros até a purificação de águas industriais”.

    Próximos passos

    Com parcerias estratégicas já em andamento, a equipe da Monash planeja escalar a produção das membranas para aplicação em grande escala. A expectativa é que a tecnologia possa ser implantada em fábricas de semicondutores e outras indústrias que trabalham com químicos eternos, evitando que esses resíduos continuem contaminando o solo e a água.

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    Desafio persistente

    Mesmo com soluções tecnológicas como essa, o desafio da limpeza dos PFAS continua sendo complexo. Os compostos possuem ligações carbono-flúor altamente estáveis, com meia-vida superior a oito anos, o que exige esforços contínuos e políticas de mitigação eficazes.

    A nova membrana, no entanto, surge como um divisor de águas ao oferecer uma ferramenta poderosa no combate à contaminação. Com potencial para transformar a maneira como lidamos com resíduos industriais, a inovação da Monash University representa um avanço crucial tanto para a indústria de chips quanto para o meio ambiente.

    Fonte: tomshardware

  • Intel vende participação majoritária na Altera para Silver Lake e anuncia novo CEO

    Intel vende participação majoritária na Altera para Silver Lake e anuncia novo CEO

    A Intel anunciou hoje a venda de 51% de sua divisão Altera para a Silver Lake, uma das maiores investidoras globais em tecnologia. A transação avalia a Altera em US$ 8,75 bilhões e marca o início de sua atuação como empresa independente, com foco exclusivo no mercado de FPGAs (circuitos integrados de lógica programável).

    A Intel continuará com 49% de participação no negócio, mantendo vínculo estratégico com a nova Altera, que agora se posiciona como a maior fornecedora independente de soluções baseadas em FPGA no mundo.

    Raghib Hussain será o novo CEO da Altera

    Junto com a reestruturação acionária, a Altera passará por uma renovação na liderança. Raghib Hussain, veterano do setor de semicondutores, assumirá a presidência executiva da empresa a partir de 5 de maio de 2025. Ele substituirá Sandra Rivera, que encerra uma trajetória de 25 anos na Intel.

    Reprodução/Marvell

    Hussain tem um histórico consolidado de sucesso: foi presidente de Produtos e Tecnologias da Marvell e cofundador da Cavium, onde também ocupou o cargo de COO. Sua experiência técnica começou em empresas como Cisco, Cadence e VPNet, esta última também fundada por ele.

    Foco total no crescimento da Altera em setores estratégicos

    Com independência operacional e apoio financeiro da Silver Lake, a Altera buscará expandir sua presença em segmentos como computação de borda, inteligência artificial e robótica — áreas consideradas cruciais para o futuro da computação programável.

    Este é um momento único para investir em uma empresa com escala e liderança em semicondutores avançados. Vamos trabalhar junto com Raghib para fortalecer o protagonismo tecnológico da Altera

    Kenneth Hao, presidente da Silver Lake

    A Silver Lake acredita que a nova fase da Altera permitirá avanços significativos na aplicação de FPGAs em setores como industrial, aeroespacial, telecomunicações e centros de dados, além de ampliar seu alcance em mercados emergentes.

    Resultados financeiros e expectativas de mercado

    Em 2024, a Altera registrou receita de US$ 1,54 bilhão. Os números ajustados (non-GAAP) mostram um lucro operacional de US$ 35 milhões, apesar de um prejuízo de US$ 615 milhões conforme os padrões contábeis GAAP.

    A margem bruta non-GAAP foi de US$ 769 milhões, evidenciando a eficiência operacional fora dos custos extraordinários de aquisição e reestruturação.A expectativa é de que a conclusão da transação aconteça na segunda metade de 2025, sujeita à aprovação regulatória.

    Após a finalização, os resultados financeiros da Altera deixarão de ser consolidados nos balanços da Intel.

    Reprodução/Intel

    Declarações dos executivos envolvem confiança e otimismo

    Lip-Bu Tan, CEO da Intel, destacou que a transação demonstra o compromisso da companhia com foco estratégico e fortalecimento financeiro:

    A liderança de Sandra deixou um legado importante, e estamos confiantes de que Raghib é o líder ideal para a nova fase da Altera. Com a expertise da Silver Lake, aceleraremos ainda mais a criação de valor

    Lip-Bu Tan, CEO da Intel

    Já Hussain, futuro CEO da Altera, demonstrou entusiasmo com os novos rumos: “Com o suporte da Silver Lake e foco total em FPGAs, estamos preparados para entregar soluções revolucionárias que moldarão o futuro da computação impulsionada por IA”.

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    Perspectivas para o futuro da Altera

    A separação da Altera do controle total da Intel sinaliza um novo ciclo de inovação em uma das áreas mais promissoras da tecnologia moderna. Como empresa independente e com o respaldo da Silver Lake, a Altera deve ganhar agilidade para investir em pesquisa, lançar produtos mais rapidamente e atender nichos em plena expansão, como automação industrial inteligente, defesa digital e sistemas embarcados de alto desempenho.

    A movimentação também reforça a tendência de reconfiguração do setor de semicondutores, onde parcerias estratégicas e independência operacional tornam-se chaves para a liderança tecnológica em um mundo cada vez mais orientado por inteligência artificial.

    Fonte: Intel